Barra do Itabapoana

local exato onde é o posto de saúde hoje

era uma padaria

Barra de Itabapoana

Em 15/10/1857, pelo Decreto n° 989, assinado pelo presidente da Província Fluminense, Antônio Nicolau Tolentino, foi fundada a Freguesia de São Sebastião de Itabapoana, hoje conhecida por Barra de Itabapoana.

ORIGEM DO NOME

A origem do nome Itabapoana não possui uma tradução específica alguns falam que Itabapoana significa “ PEDRA REDONDA” outros dizem que o significado é “ ILHA DE PEDRA” nome, este por causa de pequenas ilhas de pedras existentes, assim traduzindo: ITA =PEDRA e POAM ou PUAM =ILHA.

PROCESSO DE COLONIZAÇÃO

Em 1539, o primeiro donatário da Capitania de são Tomé, Pero de Góes da Silveira desembarcou na enseada do Retiro e tratou imediatamente de construir nesse local uma capela, sob Invocação de Santa Catharina, logo após fui chamada de “VILA DA RAINHA”, os colonizadores não contavam com a resistência dos indígenas na região, dessa forma ocorreram diversos conflitos com os indígenas.

A colonização da região foi nada fácil, por conta dos ferozes nativos, o donatário Pero de Góes conseguiu formar sua primeira povoação com algumas construções simples, plantar as primeiras mudas de cana- de açúcar, próximo ao Rio Itabapoana. Após ataques dos índios e destruir a vila, Pero de Góes sentindo frustrado com a colonização, decidiu retornar para Portugal.

Em 1546, Gil de Góis filho e herdeiro de Pero de Góes, em companhia de João Gomes Leitão, juntamente com outros portugueses, tentaram levar a frente a colonização da referida capitania, erguendo uma nova povoação, denominaram “ Santa Catarina das Mós, segundo relatos, nome este, dado por encontrarem no local um mós de pedra, provavelmente usadas nos moinhos construídos por seu pai. Gil de Góes também não foi tão feliz com processo de colonização, pois os índios expulsaram a da mesma forma que o pai.

Barra de Itabapoana, foi cenários de lutas e tragédias, por muitas vezes foi impedida de crescer por conta dos ataques dos indígenas, contra as pequenas vilas criadas.

A sua ascensão da vila deu-se após sua elevação a categoria de Freguesia de São Sebastião do Itabapoana em 15/10/1857. Com isso a Freguesia começou a se desenvolver com a construção do porto, proporcionando ainda mais a navegação entre a freguesia o porto de Limeira.

Vapor Itabapoana

Com a navegação entre os porto, propiciou para a freguesia o aumento na produção agrícola, da pesca e a cana-de açúcar tendo como destaque a fabricação e exportação de aguardente.

No ano de 1860, moradores da freguesia de São Sebastião de Itabapoana formaram uma comissão para construir um templo religioso, tendo como padroeiro São Sebastião, a comissão foi compostas pelos seguintes nomes: Patrão Mor da barra e capaz Manoel Antônio Moreira, Visconde de Barbacena, Eduardo Joaquim Pereira de Oliveira, Francisco José de Sá, Marquês Guimarães, Major José Soares e João Ignácio Ribeiro. A igreja levou alguns anos para ser erguida, a construção contou ajuda de devotos ao padroeiro e também do presidente da Província. Segundo relatos o templo religioso foi erguido em 1886.

Em 1956 a antiga igreja fora demolida e em seu lugar foi construída um novo templo, sendo este inaugurado em 20/01/1960. Tendo a igreja de São Sebastião foi elevada a categoria de paróquia em 27/03/2003.

Em 05/07/1876, sob o Decreto Imperial n°6.241, fixa o número de 09 eleitores para a Paróquia de São Sebastião de Itabapoana. O distrito de Barra de Itabapoana, caminhava para o progresso, contava com cerca de 2.050 habitantes, a localidade contava ainda com vários serviços tais como: posto de correio, consultório odontológico, sapatarias, padarias, farmácia, entre outros.

Em 1885, a localidade contava com duas escolas públicas mista ( ambos os sexos), tendo como professores: Francisca de Souza Gomes Coutinho e José de Souza. Tudo leva a crer que essas escolas foram isoladas, no lugar delas através do Decreto n°1.213, de 20/03/1941 passou a se chamar “GRUPO ESCOLAR COELHO NETO”, que funcionou por alguns anos.Em 1955, foi construído um prédio próprio que passou a se chamar “GRUPO ESCOLAR MIGUEL COUTO FILHO”, e pelo Decreto Estadual n° 4.026 de 26/08/1959, teve o nome mudado para o" GRUPO ESCOLAR ANA NUNES VIANA", que passou depois a categoria de Escola Estadual e finalmente pelo Decreto Estadual n° 9.047 de 1986 tornou-se Colégio Estadual Ana Nunes Viana, que até hoje funciona.

A partir do século XX, o governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu licença para a construção de uma estrada ligando a freguesia de São Sebastião de Itabapoana ao município de Campos dos Goytacazes. O objetivo da nova estrada era facilitar ainda mais a escoação da produção agrícola da freguesia e demais localidades.

O PROGRESSO

Por volta de 1939, o Barão Ludwing Kummer, disposto investir sua fortuna no Estado do Rio de Janeiro no ramo da farinha de Mandioca, após um acordo feito com o governo do Estado, o empreendedor solicitou um estudo cauteloso, no segundo, terceiro e quarto distrito de São João da Barra, a ver se era possível instalar sua fábrica.

Após análise nós relatórios e visita in loco, o Barão escolhe a freguesia de São Sebastião de Itabapoana como sede do seu empreendimento.

Em 19/08/1939, o Barão Ludwing Kummer assina o contrato construtivo da Tipity Ind. Mandioca.

Com a chegada da fábrica na localidade, a empresa tratou de fornecer a localidade a luz elétrica, com isso ocorreu aberturas de novas estradas, casas para empregados e trabalhadores e melhorou as instalações portuárias e um ambulatório bem equipado para atender os empregos da fábrica e a população, que em sua maior parte eram vitimados pelo impaludismo que alastrava o sertão.

Foto aéria de Barra do Itabapoana-18-03-1934 - SFI-RJ

Em janeiro de 1940 deu-se início das atividades fabris, produzindo cerca de 108 toneladas de raspas de mandioca, no final de dezembro do mesmo ano a Tipity produziu 16.000 sacas de farinha panificável, movimentado a economia da região.

No mesmo ano, o proprietário do navio São Luiz, Sr. Simão Mansur, iniciou a carreira de armador, fundando na localidade a “SOCIEDADE COMÉRCIO, INDÚSTRIA e NAVEGAÇÃO Ltda, com os barcos de cambotagem: Sanjoanense, Itabapoana e Itapemirim, frota essa posteriormente enriquecida com aquisição da Tipity.

A Barra de Itabapoana, no finais de 1930 a 1944 teve investimento em vários setores, com isso a localidade vivia sua melhor fase o “crescimento do Sertão”, até que em 1944 a Fábrica Tipity paralisa suas atividades por conta de crises financeiras, inúmeras denúncias de envolvimento com o nazismo e o rompimento do governo do Estado.

Em 17/06/1962, foi inaugurada pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Celso Peçanha, a ponte sobre o rio Itabapoana na localidade de Máquina, lingando o Estado do Rio de Janeiro ao do Estado do Espírito Santo.

A PESCARIA

A atividade pesqueira desenvolvida pela comunidade caracteriza-se por um perfil artesanal ou de pequena escala, ou seja, para a própria subsistência.

PATRIMÔNIOS

Outra característica importante da localidade é o seu Patrimônio material e imaterial, pois expressam e revelam a sua identidade nos bens materiais, como o seu artesanato e produtos típicos da região, e nos seus bens imateriais, como as técnicas de produção, modo de aprendizagem, suas formas, seus conhecimentos, seus costumes, suas crenças, dentre outros.

Portanto, o presente trabalho visa mostrar a evolução do Distrito de Itabapoana, entre lutas e glória.