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Há cem anos, o barracão de Gargaú foi construído para ser a referência
do progresso do antigo sertão de São João da Barra, hoje município de
São Francisco de Itabapoana, cujo comércio atacadista acontecia através
de pranchas (embarcações apropriadas para o transporte de mercadorias),
que iam e vinham pelo delta do Rio Paraíba do Sul. Hoje ele é
considerado o símbolo maior daquele tempo em que as dificuldades de
locomoção e de transporte dos produtos agrícolas não foram obstáculos
para segurar o ímpeto empreendedor de homens que deram sua contribuição
para o desenvolvimento da região.
Solidamente
edificado na área central do distrito, que conta com cerca de 5.000
habitantes, o velho barracão ainda guarda sua arquitetura original e
continua em perfeito estado de conservação. As paredes em madeiras
maciças e o telhado em estilo colonial, com telhas confeccionadas
artesanalmente, remetem a um passado próspero. E a companhia de velhos
casarões ajuda a compor um cenário nostálgico naquela comunidade que já
foi a síntese do comércio local e que hoje é formada basicamente por
famílias de pescadores e catadores de caranguejos.
Em seu amplo espaço interno eram armazenados os produtos que diariamente
vinham e seguiam para São João da Barra, e de lá para os grandes
centros, em navios ou em trens. Assim o barracão não demorou a se tornar
o principal ponto de encontro de negociantes que percorriam vários
quilômetros em carros de bois ou em lombo de
cavalos para disputar uma fatia daquele aquecido comércio do início do século XX. Essa efervescência comercial, no entanto, entrou em declínio ao mesmo tempo em que as estradas foram ganhando o espaço das ferrovias e das vias navegáveis. Mesmo perdendo sua utilidade principal, o barracão atravessou todos esses anos mantendo o mesmo encanto e hoje é considerado um patrimônio histórico não só para Gargaú, mas para todo o município. De propriedade da prefeitura municipal, ele é utilizado atualmente em atividades sociais e culturais e abriga uma pequena biblioteca com os mais variados títulos. O espaço de terra batida anexo à sua entrada principal se transformou em uma simpática pracinha com terminal de passageiros, posto dos correios e outros serviços funcionando em prédios de alvenaria.
Mas o que se percebe na população é que a admiração pelo centenário imóvel continua intacta, como nos tempos em que sua função interferia de forma positiva no aspecto econômico do lugar. Um sinal de que o hábito de preservar o passado ainda persiste, e em São Francisco de Itabapoana com a intensidade proporcional à importância histórica e arquitetônica de um velho barracão.
cavalos para disputar uma fatia daquele aquecido comércio do início do século XX. Essa efervescência comercial, no entanto, entrou em declínio ao mesmo tempo em que as estradas foram ganhando o espaço das ferrovias e das vias navegáveis. Mesmo perdendo sua utilidade principal, o barracão atravessou todos esses anos mantendo o mesmo encanto e hoje é considerado um patrimônio histórico não só para Gargaú, mas para todo o município. De propriedade da prefeitura municipal, ele é utilizado atualmente em atividades sociais e culturais e abriga uma pequena biblioteca com os mais variados títulos. O espaço de terra batida anexo à sua entrada principal se transformou em uma simpática pracinha com terminal de passageiros, posto dos correios e outros serviços funcionando em prédios de alvenaria.
Mas o que se percebe na população é que a admiração pelo centenário imóvel continua intacta, como nos tempos em que sua função interferia de forma positiva no aspecto econômico do lugar. Um sinal de que o hábito de preservar o passado ainda persiste, e em São Francisco de Itabapoana com a intensidade proporcional à importância histórica e arquitetônica de um velho barracão.
10 Comentários
quem fundou o barracão de gargau
ResponderExcluirSomente em 1902, por influência do capitão Chrizantho Pereira de Barros foi construído o conhecido “Barracão”, por ordem do então presidente da Câmara Municipal (que exercia a função de prefeito), coronel Manoel de Oliveira Cintra (gestão 1901-1903), tendo como construtor o mestre Manoel Alves de Carvalho (o mesmo que construiu o prédio do Hotel Cordão vizinho ao barracão, um sobrado na localidade de Ponto de Cacimbas, .
ExcluirA função do barracão era a de abrigar os feirantes e suas mercadorias, uma vez que a feira iniciava-se às tardes das sextas feiras e prolongava-se até as dez ou doze horas dos sábados. Essa feira em Gargaú transformou-se num verdadeiro entreposto comercial da maior parte do “sertão de Cacimbas”, e foi muito bem descrita em 1934, pelo escritor campista Alberto Ribeiro Lamego (Lamego Filho), e também imortalizada em creiom pelo fabuloso Percy Lau. Fonte:LIvro:São Francisco de Itabapoana - Mário Barreto Menezes.Obrigado
Quando foi publicado esse conteúdo?
ResponderExcluirQual era a função do barraçãode gargaú?
ResponderExcluirA função do barracão era a de abrigar os feirantes e suas mercadorias, uma vez que a feira iniciava-se às tardes das sextas feiras e prolongava-se até as dez ou doze horas dos sábados. Essa feira em Gargaú transformou-se num verdadeiro entreposto comercial da maior parte do “sertão de Cacimbas”, e foi muito bem descrita em 1934, pelo escritor campista Alberto Ribeiro Lamego (Lamego Filho), e também imortalizada em creiom pelo fabuloso Percy Lau. Fonte:LIvro:São Francisco de Itabapoana - Mário Barreto Menezes.Obrigado
ExcluirDe que ano é esse texto?
ResponderExcluirParabéns a mario, que era apaixonado por este lugar onde todos vivemos felizes. Gratidão
ResponderExcluirBom dia. Há fontes sobre as famílias que habitaram Gargaú entre as duas últimas décadas do século XIX e primeira metade do século XX?
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Desconhecia a importância de Gargaú.
ResponderExcluirEu,DALTON de Oliveira Carvalho, sinto-me muito emocionado com o texto, por ser neto do construtor MANUEL ALVES CARVALHO, que viria a ser, mais adiante, um grande fazendeiro da região. Tornou-se querido e respeitado pelo seu talento, honradez, caráter e grande trabalhador.
ResponderExcluirOBRIGADO PELA PARTICIPAÇÃO!