FOTOS E UMA PARTE DO TEXTO DO LIVRO "O HOMEM E A RESTINGA" DE ALBERTO RIBEIRO LAMEGO
[LAMEGO FILHO)
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"Em São-João-da-Barra, além do mesmo índio e da perigosa foz do Paraíba, a imensa planície de restingas distanciava do lito- ral as grandes florestas do interior. Daí, uma vida que, embora posteriormente mais agitada nos tempos coloniais e imperiais, de- vido à vizinha influência de Campos, não teve em seus primórdios a atoarda de conquistas militares que realçam as primeiras pene- trações do nosso litoral, a não ser no extremo norte fluminense, numa zona em que os tabuleiros predominam e onde os feitos dos primeiros capitães-mores, alheios a continuidade histórica da planície, aparecem-nos hoje isoladamente enevoados em visões quase lendárias. Esta primeira fundação de brancos deu-se em terras de São- João-da-Barra. Fê-la PERO DE GÓIS,.O donatário da Capitania de São-Tomé, em 1538, nas proximidades da ponta do Retiro, ao sul da" barra do Itabapoana. Ali, na enseada do Retiro, aproaram suas naus, e, próximo a lagoa Doce, ergueu-se a Vila-da-Rainha, cujas ruínas o mapa de Como REIS, de 1785, designa sob o nome de Santa Catarina da mós. Provém a confusão em torno dos dois nomes do fato de haver o segundo donatário, GIL DE GÓIS, filho do primeiro, construído na mesma Capitania, porém na foz do rio Itapemirim a vila de Santa-Catarina, também destruída pelos índios .
Ao nome falso das ruínas de Vila-da-Rainha, foi acrescentado "das Amós", por haverem sido ali achadas duas grandes mós, uma das quais pode ser vista hoje em frente a prefeitura de São-João- da-Barra. Essa mó é de arenito conchilífero, mui grosseiro, e evidentemente inadequada pela textura irregular e cavernosa repleta de conchas frágeis de moluscos para a moagem de qualquer espé- cie de grão. Parece antes ter tido uso em um jogo primitivo de moendas de canas. O visconde de ARARUAMA dá-lhe uma origem diversa da historicamente estabelecida: "Chama-se Santa Gatarina das Mós o lugar que anteriormente chamava-se enseada de Pargos, e mudou-se pela razão de que, quando os holandeses possuíram várias praças nossas, estabeleceu-se aí um holandês, com engenho de açúcar e teve outras fábricas, e, retirando-se, deixou neste lugar umas mós enormes de pedra que por muito tempo aí se conservam".Tal dúvida parece-nos vir de confusão citada em torno das vilas primitivas, e que ALBERTO LAMEGO esclarece, visto que, a enseada ou Baixo-de-Pargos fica nas proximidades da foz do Itapemirim, e não ao sul do Itabapoana. Os cem anos decorridos entre o desbarato da fundação de PERO DE GÓIS e a vinda dos povoadores seguintes, e, depois destes, a continuada ignorância ainda por decénios, do verdadeiro local de Vila-da-Rainha, bastam para explicar a versão do visconde. A nosso ver, as mós foram achadas no ponto em que se elevou a vila de PERO DE GÓIS, datando pois daquela época."
Local onde se encontra: Museu do Açúcar (atual Fundação Joaquim Nabuco)Site(http://www.fundaj.gov.br) 360º
O Museu do Açúcar, idealizado por Gil de Methódio Maranhão, foi criado em 3 de agosto de 1960, pela Resolução 1745, do Instituto do Açúcar e do Álcool – IAA.
Tinha como objetivo pesquisar, reunir, organizar e divulgar os elementos sociais, artísticos e técnicos mais representativos da agroindústria açucareira no Brasil e em outros países produtores de açúcar, assim como promover estudos, pesquisas, cursos e concursos, para conhecimento e valorização da civilização do açúcar.
Sua primeira exposição foi realizada na sede do IAA, no Rio de Janeiro, sendo depois transferido para o Recife, onde foi instalado provisoriamente no dia 30 de janeiro de 1961.
O Museu inaugurou sua sede própria, em outubro de 1963, com a abertura da exposição O Açúcar e o Homem. O edifício, projeto do arquiteto Carlos Antônio Falcão Correia Lima, localizado no bairro de Casa Forte, possui dois pavimentos e abriga hoje o Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco.
Na época do Museu do Açúcar, o pavimento térreo abrigava as exposições permanentes e temporárias e no superior funcionavam a Biblioteca, a Iconografia e a parte administrativa do órgão.
Os jardins que circundavam o prédio tiveram a orientação do agrônomo Dárdano de Andrade Lima. Na parte interna, foram plantadas algumas variedades de cana-de-açúcar e colocado um monumento, idealizado por Aloísio Magalhães, composto por uma pedra-mó vertical, proveniente do Engenho Vila da Rainha, no Rio de Janeiro, e uma outra horizontal, originária do Engenho Camaragibe, em Pernambuco.
Seu acervo, adquirido através de doações e compras efetuadas no Brasil e no exterior, era constituído por modelos reduzidos de aparelhos utilizados na moagem da cana-de-açúcar; peças e utensílios da agroindústria açucareira; instrumentos de suplício de escravos; quadros; açucareiros antigos; colheres e serviços de prata brasonada, pertencentes aos titulares do Império; cerâmica popular e peças do folclore canavieiro; moedas particulares de usinas; selos com motivos açucareiros; medalhas diversas, inclusive da época do governo de Maurício de Nassau; uma coleção iconográfica com cerca de 12.000 fotografias, que retrata a história de famílias dos engenhos e usinas de açúcar da regiãoNordeste do Brasil, e rótulos de cachaça.
O Museu também promovia cursos, conferências e concursos, além de editar vários livros e um periódico, a Revista do Museu do Açúcar, cujo primeiro número foi publicado, em 1968, contendo artigos de grandes pesquisadores como José Antônio Gonsalves de Mello, Ariano Suassuna, Fernando Pio, Jayme Griz, entre outros. A Revista chegou a publicar oito números, no período de 1968 a 1973.
O Museu do Açúcar foi transferido, com todo o seu patrimônio, para o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (atual Fundação Joaquim Nabuco), através da Lei nº 6.456, de 26 de outubro de 1977.
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